O volume importado de produtos químicos totalizou 45,2 milhões de toneladas no ano passado, um recorde para o Brasil e 4,7% acima do volume registrado em 2017, segundo relatório da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Em valor, o Brasil importou US$ 43,3 bilhões em químicos, alta de 16,4%.
Conforme a entidade, as quantidades importadas superaram as 37,5 milhões de toneladas de 2013, quando foi registrado o maior déficit no histórico da balança comercial do setor, de US$ 32 bilhões, impulsionadas principalmente por produtos para o agronegócio. Intermediários para fertilizantes foram o principal item da pauta de importação do setor no ano passado, com US$ 7,6 bilhões e 65,6% (ou 27,3 milhões de toneladas) do volume total importado.
As exportações de químicos, por sua vez, ficaram praticamente estáveis, com queda de apenas 0,3%, em US$ 13,7 bilhões. Foram movimentadas 13,4 milhões de toneladas para diferentes destinos. Resinas termoplásticas corresponderam ao grupo mais exportado, com US$ 2,1 bilhões, apesar da redução de 9,2% do valor das vendas para o exterior e de 17% nas quantidades exportadas.
Diante disso, o déficit na balança comercial do setor somou US$ 29,6 bilhões, com “crescimento constante e progressivo nos últimos três anos”, diante da retomada do crescimento da economia “sem que houvesse concomitante melhoria estrutural da competitividade nacional”, aponta a Abiquim. A ociosidade média no setor ficou em 23% em 2018, contra nível considerado saudável de 10%.
Conforme a entidade, avaliando-se as trocas comerciais com os principais blocos econômicos regionais, o Brasil foi superavitário apenas em relação a países do Mercosul e Aliança Latino-Americana de Integração (Aladi), com saldos comerciais de US$ 813,8 milhões e de US$ 738 milhões, respectivamente. Em nota, o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, voltou a pedir atenção do governo a iniciativas que podem levar à retomada da competitividade da indústria brasileira, como as reformas da Previdência e tributária.
“A indústria química pode ser o motor do crescimento do país na próxima década, se tivermos nafta e gás natural a preços internacionais. No tocante à inserção internacional da economia brasileira, a Abiquim sempre foi e continuará sendo favorável a uma abertura comercial responsável, pois ela deve ocorrer concomitante a medidas de redução do Custo-Brasil”, acrescentou.
(Fonte: Valor - 29/01/19)