Um dos principais conselhos dados pelos assessores financeiros é construir uma carteira de investimentos alinhada com o perfil do investidor. Isso significa escolher ativos coerentes com o grau de risco que ele está disposto a assumir em suas aplicações financeiras.
De fato, entender o seu perfil de risco e investir em classes e em ativos que estejam alinhados com ele é uma prática essencial. Porém, como fazer isso na prática? E como montar uma carteira diversa e equilibrada?
Neste artigo, vamos explicar como identificar o perfil de risco e alinhar os investimentos ao perfil e aos objetivos financeiros. Desse modo, será possível construir uma carteira que mescle renda fixa e renda variável.
Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
Como equilibrar essa relação nos seus investimentos
No universo dos investimentos, risco não está ligado exatamente a uma ameaça: ele diz respeito à volatilidade nos investimentos. Dessa forma, investimentos arriscados são aqueles que não oferecem resultados previsíveis. É o caso dos investimentos de renda variável.
Embora essa não seja necessariamente uma regra, em geral, quanto maior o risco de um investimento, maior tende a ser o retorno esperado — embora isso não seja uma regra garantida. Assim, investimentos mais arriscados (ou seja, de resultado menos previsível) tendem a apresentar maior retorno em potencial, enquanto aqueles considerados mais seguros oferecem uma rentabilidade menor.
Isso quer dizer que o melhor é sempre optar por investimentos de risco para ter a chance de aumentar a rentabilidade? Não. É perfeitamente possível ter bons resultados mesmo aplicando em investimentos mais previsíveis e seguros, como os de renda fixa, desde que se trace uma estratégia de aplicação coesa e se construa uma carteira diversificada e equilibrada.
O ideal é combinar investimentos de renda fixa, que trazem rendimentos previsíveis, e de renda variável, que têm potencial de trazer retornos mais expressivos, embora sejam mais arriscados. Isso deve ser feito, é claro, respeitando o perfil do investidor. É disso que trataremos a seguir.
Os diferentes perfis de risco dos investidores
O perfil do investidor diz respeito ao nível de risco que ele se dispõe a assumir em busca de bons resultados financeiros. Existem basicamente três perfis: conservador, moderado e arrojado/agressivo.
O perfil conservador é o mais avesso ao risco. Investidores com esse perfil querem estabilidade e previsibilidade; portanto, suas carteiras costumam estar focadas em investimentos de renda fixa, como títulos do Tesouro, CDBs, LCIs, LCAs etc.
O perfil moderado tem tolerância média ao risco: investidores com esse perfil estão dispostos a arriscar um pouco mais, mas também prezam a segurança. Eles costumam mesclar investimentos de renda fixa com investimentos de renda variável.
Já o perfil arrojado é o que tem mais apetite ao risco. Esse tipo de investidor prioriza o potencial de retorno de seus investimentos em detrimento da previsibilidade. Por isso, tende a priorizar investimentos de renda variável, como ações e FIIs. Entender o perfil de investidor é fundamental para montar uma estratégia de investimento inteligente, que respeite seu grau de tolerância ao risco.
Como identificar o perfil de risco
Como ficou claro, é importante conhecer o perfil de risco antes mesmo de começar a investir, já que a carteira deverá ser montada com base nele. Porém, como identificar o seu perfil?
Autoconhecimento
Ter autoconhecimento é o primeiro passo para identificar o perfil de investidor. É preciso refletir sobre a sua situação financeira, os objetivos que você pretende alcançar, o tempo que resta para atingir esses objetivos, quanto tem disponível para investir, entre outros fatores.
Teste de suitability
Paralelamente, é possível fazer um teste de suitability ou API (análise de perfil do investidor) em uma corretora de valores para determinar o seu grau de tolerância ao risco. Ele analisa fatores como objetivos financeiros, experiência no mercado e tolerância ao risco, garantindo que os investimentos recomendados sejam adequados ao perfil do investidor.
Encontrando o equilíbrio ideal para cada perfil
Construir uma carteira equilibrada não significa investir metade do capital em renda fixa e a outra metade na renda variável. Ou, pelo menos, isso não será verdade para todos os investidores. Na realidade, o equilíbrio do portfólio está relacionado à proporção de cada tipo de investimento de acordo com o perfil do investidor.
Em outras palavras, a depender do grau de risco que o investidor está disposto a correr em busca de bons resultados, ele poderá priorizar determinados ativos e classes de investimentos ao montar sua carteira. O equilíbrio ideal para um investidor de perfil conservador provavelmente envolve vários tipos de investimentos em renda fixa (como Tesouro IPCA+, Tesouro Selic, CDBs, LCIs/LCAs, Letras de câmbio etc.).
Para um investidor de perfil moderado, o equilíbrio pode ser uma combinação entre aplicações de renda fixa e renda variável em proporções semelhantes, sempre tendo o cuidado de diversificar os ativos escolhidos para diluir o risco. Já para um investidor de perfil arrojado, uma carteira equilibrada deve, sim, conter aplicações de renda fixa para balancear e minimizar os riscos, mas provavelmente focará os investimentos de renda variável.
É comum que esse perfil de investidor aloque a maior parte do capital em ativos como ações de empresas, FIIs, ETFs, entre outros. Na prática, o melhor a se fazer é diversificar os investimentos e monitorar o mercado para buscar retornos consistentes sem ultrapassar a tolerância ao risco.
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